segunda-feira, janeiro 2

..::..algumas coisas velhas..::..

Certo dia passarinho verde veio me falar que a vida estava indo, sempre andando. Num primeiro momento não acreditei e fui perguntar se era verdade. Todos que ouviam, me olhavam com uma cara assustada. Às vezes até desprezando a minha inocência. "Como não saber que a vida passa?". Todos nascem, crescem, [repreduzem-se, de certa forma] e morrem - foi o que tentaram me ensinar lá no colégio... Eu, não satisfeita com essa explicação positivada, fui pesquisar se era verdade. Descobri que não. Pois eu, pelo menos, vivia num reino diferente; de repente, nasci num mundo disperso; tentei compreender aquilo que via à minha volta, mas nunca fui bem aceita no mundo desses seres estranhos; tentei mais algumas vezes me integrar àquilo que chamam de sociedade, não consegui; cresci - prematuramente [não acredito que dizem que sou adulta... como podem dizer tamanha asneira! eu não quero e não vou crescer e virar gente... quero ser só mais um pontino de luz, uma fadinha errante por aqui...]; me juntei à trezentas e doze almas-borboletas que colorem os céus de algum quarto juvenil [mesmo assim, ainda não foi possível descobrir qual é a alma desse negócio de transitar pelos cantos de salas e quartos e fontes e cantos...]; estou vivendo, tentando, nunca morrendo, só finjo...; e eu vou beijando e florindo e roseando e azulando e amarelando e violetando e esverdeando e vermelhando o mundo cinza; e eu não me reproduzo, apenas me produzo para as noites estreladas e para os dias sem chuva e com chuva que choram os céus...; e eu apenas me preparo pra viver no meu mundo verdadeiro que ninguém ainda sabe onde é...
[12.ago.2005]

terça-feira, 9 de agosto de 2005
Alguém me disse que lembrou de mim ao ler o texto... fiquei emocionada.
Parecia tudo tão perdido já. Eu não sei nada. E eu vi que era dia aquela noite bonita. E eu fiquei sorridente. E eu sonhei com meus caminhos. Revirei os pensamentos e os sentimentos já guardados. Pensativa, me cansei das novidades e resolvi voltar atrás por alguns minutos...
Para o dia que conheci uma fada
Nunca havia visto um rosto tão lindo.
Em um segundo a paixão incendiou tudo por dentro
Pensei logo em beijo e desejo com planos de casamento
Eram pérolas azuis, duas brilhantes e instigantes jóias
Na raríssima beleza de cada traço de nuvem em seu rosto
E os lábios, os lábios, os lábios ...
Inacreditáveis curvas delineando a boca
Emoldurando o sorriso de um sonho preciso
Hipnotizando o desavisado poeta
Que agora em seu casulo sonha em rever a fada
Que se foi voando pela madrugada
Ela deve ter ido buscar as sementes das flores
Que em breve plantaremos nos jardins de nossa morada
[Rodolfo Muanis]
Hoje decidi ser flor. Esqueci-me da identidade de fada e de princesa. Que fosse borboleta ou joaninha, ou simplesmente uma menininha. O dia nasceu bonito e ensolarado, inspirou-me aqueles raios sem foco... Queria poder ser banhada de energia, que fosse pouca, mas sincera. Deixei-me ir por entre os campos de meus sonhos e assim encontrei a fonte piramidal. Aquela que traspiraria as cores do arco-íris para enfeitar os ares frios da montanha. Os mesmos ares que caminhavam entre as veias perto do meu coração infantil. Senti algo gelado, bastante frio que me estremeceu. Estive medrosa por entre os cantos perdidos das ruas escuras de um dia choroso. Mas eu já disse antes que era um dia belo. Foi hoje e ontem e sempre. Por que queres complicar a vida de quem vive devagar? Andando sem pressa. Em que rua que a minha vida vai mudar? Quando o meu nome for chamado, por flor... por amor... por menina... por borboleta.. por fada... sou flor hoje.
[05.ago.2005]
*era alguma garotinha perdida na cidade grande. parecia ser ela algo como uma borboleta entre bolhas de sabão cintilantes. estava delirante. pensava em alguma coisa qualquer. que ainda não conhecia. talvez fosse qualquer coisa.*
[29.jul.2005]

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